Mensagem para o DIA da SAUDADE

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Índice das mensagens e poemas

Ocaso de Paixões

Ocaso de paixões...

Oriza Martins

Eu tive uma existência
De casos fatais...
Sorri, cantei, dancei,
fiz amor na relva...
Em insanos êxtases
Me evaporei,
Disputei amores
Qual fera na selva...

Vivi cada dia
Como o derradeiro,
Pisei corações,
Fui inconseqüente...
E nessa frenética
E louca jornada
Distribuí prazeres...
Generosamente...

Noitadas infindas
Me alucinavam,
Variadas gamas
De felicidade...
Momentos incríveis
Que eu - só - agora,
Busco vislumbrar
Nas luzes da saudade...

Arrependimentos?...
São muitos e poucos,
Delícias gozei,
chorei e sofri...
Leal, infiel,
amei, desamei,
Mas me arrependo mesmo
do que não vivi...

De cabelos brancos,
Vejo nas lembranças,
Que as paixões,
Embora cheguem ao ocaso,
Deixam na memória
O sutil aroma
De cada instante...
Cada intenso caso...

Se esgotei meu ser
Neste picadeiro
Que é a própria vida
- circo de ilusões -,
Neste meu outono,
A solidão compenso
Com a companhia
Das recordações...

Aprendiz de Poeta

Aprendiz de Poeta

Se me chamam poetisa,
Eu sinto grande alegria:
A bela palavra rima
Com o nome que eu levo,
Que ganhei na santa pia.

Então, eu fico feliz,
Mas a consciência alerta:
De poeta, sou apenas aprendiz...

Pois a Poesia é arte.
E a arte cede espaço
Para o artista-artesão,
Aquele que tem o dom
De brincar com a palavra,
Expressando a emoção.

Não me considero poeta.
Pelo menos, ainda não...
O Poeta é artista.
Da palavra, o artesão.

Quanto a mim... sou só arteira.
O Poeta brinca sério.
Eu brinco, de brincadeira.

Oriza/2007

Nosso Amor

Nosso Amor...


Nosso amor é mar em fúria,
Que se acalma de repente…
Como brisa de outono,
Envolve e fascina a gente…
Nosso amor é cavalgada
De alazões na amplidão,
Colibris em revoada,
Espalhando emoção…

Tempestades de carícias
Emergem de nosso amor,
Tufões de incríveis delícias,
Ondas de fértil sabor…
É um misto instigante
De potência e ternura,
De aromas multicores,
De meiguice e loucura…

Nosso amor é inocente
Qual sorriso de criança,
São grilhões que nos enlaçam
Em amarras de bonança…
Cada abraço é um pedido,
O pedido, uma promessa,
De quem anseia doar-se,
De quem amar sente pressa...


Enfim…
….o nosso amor é assim...

Um viajante do tempo,
Que mescla adoravelmente
O passado e o futuro
Em nosso eterno presente…

Oriza Martins

Cinzas do Holocausto

Cinzas do Holocausto

Oriza Martins

"
Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me, Vós, Senhor Deus!
Se é loucura... se é verdade
Tanto horror perante os céus?!"
(
Castro Alves - Navio Negreiro)


Banalidade do mal,
Um retrocesso, imoral,
Pensou a Poeta, um dia...
E veio à tona o temor
De, ante tanto desamor,
Não haver mais poesia.

Como pensar poesia
(Que a luz humana irradia),
Diante de tal horror?
Tormento que assola a gente,
Que torna o ser impotente,
Perplexo, puro estupor?

Como entender tanta injúria,
Tanta atividade espúria,
Maldosa, feroz, insana?...
A revelação mais dura
Da face mais obscura
Da natureza humana...

Quantas ilusões perdidas,
Infâncias interrompidas,
Esperanças decepadas...
Quantas lúbricas medidas
Transformando sobrevidas
Em almas atormentadas...

Infelizmente herdamos
Todos nós, que aqui estamos,
Esse espólio de maldade.
Como vítimas de um Fausto
Sobre as cinzas do Holocausto,
Caminha a Humanidade.

Mas podemos, conscientes,
Eliminar as sementes
Que a intolerância traz.
Acabar com toda guerra,
E reinventar a Terra,
Dar-lhe um futuro de paz...

Semear fraternidade,
Colher só felicidade
E combater toda dor...
Abrir coração e mente,
Batalhando, simplesmente,
Nas trincheiras do amor...

Defender a liberdade
Não deve ser, em verdade,
Mera preocupação.
Combater a injustiça
Tem de ser uma premissa,
Verdadeira obsessão.

O inferno do Holocausto,
Algoz, fruto da infâmia,
Não pode ser repetido!
E justamente por isso
Não pode - e não deve - ser
Nunca, jamais, esquecido!

fev/2007

Paralelo Imperfeito


Descem a encosta dos montes

As águas frias, barrentas,

Resultantes das tormentas

Que assolam os horizontes...

Assim também os meus sonhos

Resvalam pelas vertentes

De lutas intermitentes,

De fracassos enfadonhos...

.

As águas dos temporais,

Limpas, em ciclos retornam

E a natureza transformam

Em fascinantes caudais...

Mas meu ciclo de esperança

Reluta em retornar

E novas chances me dar

De alcançar a bonança...

.

Se água é renovação,

Fertiliza a natureza,

Sacraliza com beleza

Sua perfeita união,

Nos ciclos de minha vida

Dissolvem-se as esperanças

Mescladas com as lembranças

De cada ilusão perdida...

.

Oriza Martins

Fortes Ventos do Verão...

Fortes ventos do verão

Sopram em meu coração,

Sobre fagulhas de outrora...

São casos adormecidos

Incêndios idos, vividos,

Que reacendem agora...

*

Quantas emoções intensas

Surgem em ondas imensas

De lembranças e saudade...

Misturam-se à nostalgia

De ter vivido um dia

Completa felicidade...

*

Tristes dias, peito ardendo,

Recordando, padecendo,

Todo verão é assim:

Sofrendo mais que sofri,

Eu vou vivendo sem ti

E vais vivendo sem mim...


Oriza Martins